sábado, 12 de julho de 2008

Manifesto dos Sem Palco

O sem-palco é o pior dos sem-nada
São os sem sonhos, os sem luz,
Tal qual o cantor sem garganta,
O poeta sem tinteiro.

O palco é um banheiro
De onde se canaliza a limpeza diária
Da mente, do riso, da máscara cotidiana.
O sem-palco é o reflexo fiel
Da cultura capitalizada.

Onde o lucro rouba a audiência,
Onde a burrice é a inocência conservada
Mantendo a ignorância bem comportada.
Os sem palco são primos dos sem-gravadora
E primos terceiros dos sem-livro.
E, perambular todos na mesma BR do
Anonimato e lutam todos juntos
Apesar dos seu s orgulhos inatos
Os sem-palco no seu sonhar se esquece
De que palco não é só o que falta.

Mas, lembra que a arte é o ópio que
Não deixa a consciência na ribalta
Educando-se aprende a contentar-se
Com a realidade deturpada ou
A tentar converter a injustiça instalada.
Os sem-palco, mesmo com palco,
Não se esquecerá de cultivar todas as
Mentes férteis de todo de qualquer
Espaço físico.

Todos os sensíveis sabem que é
Urgentemente preciso uma
Reforma Palcária.
É a necessidade maior, a demanda lúdica
De todos os meros bobos da corte.

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