domingo, 31 de janeiro de 2010

The End

No início da noite dos tempos, o artista
abre as cortinas do pensamento,
e cavalga em suas patas de fogo
sobre o miúdo universo em caos.
O espaço todo transita sua essência
na gota de água esquecida numa
pétala vermelha de sempre-viva.

O artista expele a aurora
como um eu que extravasou em silêncio.
Suave, comedida, ao longo das pernas,
no afago suave de uma brisa delgada,
Escorrem querências.
E, o sol com sua doce língua,
acaricia o horizonte ali revelado.

Sob a obra, uma lacuna abissal.
Moedas espalhadas pela calçada,
caminhos e efluentes distintos.
Formigas aladas devoradoras de medo
e dragões famintos ladrões do tempo
rasgam a tinta da boa vontade.
Mas, antes dos maremotos cabais,
temporais de desejos emergem
em melodias do paraíso perdido
nas asas de uma borboleta azul.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Recomeço

A tudo e a tempo
Serei tranqüilo
Como um velho rio de águas claras
Transitando constante e lento
Até que um dia o mar se aviste
E encontre não o descanso
Mas o recomeço

Por isso e por muitos
Eu ainda sofra,
Chore e gema e grite
Encontre motivos de existência
E alegria explosiva de vida

E se ainda me perguntarem
Se valeu a pena
Lutar tanto
Direi apenas com os olhos sorrindo
Por demais
Que foi bom e repetiria
Construindo o caminho com esses passos
Que me levam sempre a mim mesmo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Janeiro

Em cada desespero
Quando chega janeiro
E o sol descansa

A minha esperança
Crescente dispara
Com alegria na cara

E de estar vivo, uma felicidade,
Que em minhas pupilas se revela
E na minha boca se declara
E no corpo rodopio

Sonhos na fronte
Nos pés desafios
Nas mãos letras
Que em versos irrompem