Apesar de sentir tempestades de remorsos
A exovalhar meu peito carcomido
Eu permito ...
Deixo que derrubem esta casa
Derrubem mesmo esta casa
ela está repleta de assombrações
e visagens de outros mundos
Na velha mercearia, há um avô que faz embrulhos com jornal
e semeia botijas incontáveis pelos cantos
No quintal um tio sorridente e bondoso
lavando desesperadamente seu novo carro,
prelúdio de cópulas, concupiscências e abandonos
Na sala de visitas, um pai honesto e hostil
ensaiando eternamente um novo grito e outro flagelo
No primeiro quarto, uma avó deitada
sempre me contando estórias de amores impossíveis
Na sala de jantar, o belo espectro de minha tia
passionalmente desfalecida com sua taça de cicuta
ainda clamando o nome de seu amado
No quintal dos fundos, um outro tio
perseguindo ratos e seus queijos
pelo vácuo parasita da eternidade
Derrubem esta casa
Tijolo por tijolo
Apesar de lágrimas nos olhos
e coração maltrapilho
Eu o permito
Na copa, uma prima-tia
Completamente enlouquecida
Com sua voz rouca
e olhos arregalados
recitando-me poemas tétricos absurdos
Debaixo da cama, assustado
Um menino morcego
Espiando a rotina se arrastando pelos anos sem fim
Ainda vivo, mas insone
Lendo no escuro
Alfarrábios de tempos de outrora
Não o procurem
Deixem o menino sonhar
E voar com suas asas de crepom
pelo céu do infinito
Antes que seja tarde
E que lhe caia crucialmente
O pesado caibro de toda cruz e de toda culpa
inexistente
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Ano Novo
Renasceremos
Tudo em branco
Na folha nova desta vida
Reinicie seus espelhos
Silencie os ruídos vagos
Desta alma renovada
Novas esperanças
Novas crenças
De paz no mundo
e força nos sonhos
Meu bem não desanimes,
O caminho se refaz
a cada passo
Cabeça erguida
Pés firmes
Braços inquietos
Dance o seu dia
Com todas as forças do teu cosmos
Eu e você estamos sendo
Queira
Mas queira mesmo
Sinceramente
Apaixonadamente
Que tudo o que já é seu
Te encontrará a qualquer momento.
Tudo em branco
Na folha nova desta vida
Reinicie seus espelhos
Silencie os ruídos vagos
Desta alma renovada
Novas esperanças
Novas crenças
De paz no mundo
e força nos sonhos
Meu bem não desanimes,
O caminho se refaz
a cada passo
Cabeça erguida
Pés firmes
Braços inquietos
Dance o seu dia
Com todas as forças do teu cosmos
Eu e você estamos sendo
Queira
Mas queira mesmo
Sinceramente
Apaixonadamente
Que tudo o que já é seu
Te encontrará a qualquer momento.
Assinar:
Postagens (Atom)