Não sei usar a paixão
Pedra de fogo riscando o céu
Carrossel de impulsos
E veredas desconhecidas
Às vezes, acelera meu peito
Inflamando com doçura
Cortando com a língua cruenta
Sua frágil textura de cor e dor
Às vezes congela meu ânimo
Picolé de chuchu
Tédio de domingo
E busco abrigo
Chorando ao luar
A paixão é assim
Nasce do nada
Quando vê estou na escada
E rolo até o fim
E me fodo e me flagelo
Atropelo a língua
Corto os pulsos, bebo água sanitária.
Pra alvejar a penumbra da rejeição.
É lasca, a paixão.
Às vezes gosto tanto
Que derretido em prantos
Engasgo-me com o doce sumo
Do fel que escorre da linda boca
Que diz “não” aos olhos secos
Arreganhados de paixão
quinta-feira, 17 de abril de 2008
A menina que virou palavras
E se esvai em frases
De paranóia circulante
De circuito fechado
A verborragia elétrica
Sem nexo
A meia vida
De uma ninfeta esquizofrênica.
E se volatiliza na fala
A donzela antes muda
Um maremoto
De paixão reprimida
Em carne viva
Sua língua arde e cintila
Os ouvidos engatilhados
Dos olhares atraídos
Pela candura febril
A menina que virou palavras
Pronunciando em sintaxe de raios
Sua alma agora irrompia
Em três mil megatons de
Letras em choque.
De paranóia circulante
De circuito fechado
A verborragia elétrica
Sem nexo
A meia vida
De uma ninfeta esquizofrênica.
E se volatiliza na fala
A donzela antes muda
Um maremoto
De paixão reprimida
Em carne viva
Sua língua arde e cintila
Os ouvidos engatilhados
Dos olhares atraídos
Pela candura febril
A menina que virou palavras
Pronunciando em sintaxe de raios
Sua alma agora irrompia
Em três mil megatons de
Letras em choque.
Réquiem para uma cidade entre o caos e o desejo
Sou um palhaço sem futuro
Tropeçando pelos becos
Dos prostíbulos encharcados
Se descascando sob a chuva
De facas, fel e foices
No submundo dos excluídos
Em meio ao bombardeio da ganância
Contra mim latem os cachorros
Com quem disputo o meu almoço.
Entre mendigos, cheira-colas,
Prostitutas e bandidos,
Eu degusto o que nos sobra dos banquetes dos poderosos.
De onde vem o meu sorriso?
Da mais profunda ironia no enxergar dos absurdos.
Ai meu Recife, quantos medos e desejos de ti eu construí.
Entre a surpresa da altura imponente dos arranha-céus e
O sofrimento absurdo
Dos manguezais soterrados.
Meu sorriso vem da força pura da marginália em movimento.
Entre o desejo lancinante da utopia e a fria realidade.
Do meu sarcasmo de saber que as vitrines
São limites entre dois mundos.
O dos que querem
E o dos que podem.
Ai, ai Recife, picadeiro em chamas,
Ensaio um novo sorriso entre os escombros.
Tropeçando pelos becos
Dos prostíbulos encharcados
Se descascando sob a chuva
De facas, fel e foices
No submundo dos excluídos
Em meio ao bombardeio da ganância
Contra mim latem os cachorros
Com quem disputo o meu almoço.
Entre mendigos, cheira-colas,
Prostitutas e bandidos,
Eu degusto o que nos sobra dos banquetes dos poderosos.
De onde vem o meu sorriso?
Da mais profunda ironia no enxergar dos absurdos.
Ai meu Recife, quantos medos e desejos de ti eu construí.
Entre a surpresa da altura imponente dos arranha-céus e
O sofrimento absurdo
Dos manguezais soterrados.
Meu sorriso vem da força pura da marginália em movimento.
Entre o desejo lancinante da utopia e a fria realidade.
Do meu sarcasmo de saber que as vitrines
São limites entre dois mundos.
O dos que querem
E o dos que podem.
Ai, ai Recife, picadeiro em chamas,
Ensaio um novo sorriso entre os escombros.
Lar
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