sábado, 12 de julho de 2008

Alçapão

Quando os meus olhos distraídos contemplaram sua beleza
Ferveram-se meus ossos e minha boca salivou desejos
Eis que me aproximo e percebo sua pobre alma ansiosa
Mistura de tempestades de angústias e trovões de medo

E não posso, não quero e nem minto
Que o que sinto só pode ser instinto
Apenas carne que se roçava em minha pele
Com sua cor de sol e um sabor de gilete

Eis que nem mais olho pra não furar minha íris
Em seus espinhos que escondes nas pétalas do seu rosto
E nem a toco mais no meu sono

Pois durmo agora de olhos ligados
Pra não me perder entre os seus descaminhos
E não me achar no seu ventre armado

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