sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Melhor Palavra

Como pólvora ou incenso
Aquele texto exato
Aquela melhor palavra
Emergia

Cada letra e seu fonema
O quanto de mim contido
Em seu semblante e cor
O que de dor, o que de riso
O sentimento do mundo
Tudo o que elas traziam

As palavras vinham...
Entrelaçadas com o canto sutil do vento
Como canções ritmadas ou acalantos
Elas nasciam e se recriavam
Nos lábios pueris
Em esperanças sonoras
De um amanhã tranquilo

Mel e azeite
De qual limbo
Fosso, fossa ou
Labirinto
O que sinto, sentiria
Libertando-se
Em verbo espinho
Flor venenosa ou brinquedo

Do silêncio obscuro
À claridão iluminada
Em coragem e desespero
O poema-revolução
Pipoca em estrofes irriquietas
Desaguando em cacos de vidro

Até que uma dor amargurada
Em cotovelo ressentido
Empurra-o para o papiro
Cravando no tempo inconstante
Aquela visão eternamente em abismo