São três sóis, são três luas
O universo ardiloso do teu ventre
Nesse abismo sedutor
dos teus braços.
Verde que te quero verde
De esperança nos olhos
E açucar no teu umbigo
Fui ao canto do beco
E lá estavas de cócoras
Apagando com urina
O submundo do desejo
Em chamas.
E eu com minha lingua ingênua
Me perdi no teu útero
Mas, no final dos tempos
Só restaram meus passos
Caminhando desnudos
E meus lábios mudos
Tremendo na gélida manhã
de domingo.
E nesse desencantamento todo
Eu vi um arco-íris no horizonte
Naquele instante pensei
Com minha sombra abobalhada
Que no fim da ponte multicolorida
Estava lá meu coração semi-devorado.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
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