Meu coração peixe exposto na prateleira
Perecível e vulnerável, brinquedo perdido
No meio da rua
Sem preço, destino incerto no fim da festa
Feira de signos e maldições prediletas
Fica abandonado como quem espera
O que não há de vir
Iludido com as falsas faíscas
Resvaladas por engano nos olhos empoeirados
Secos pelo açoite cruel das horas impiedosas
Seguindo sombras de gaivotas negras
Sobre a água do rio poluído
O tempo passa cantando
E com o sangue acidificado
Passa na garganta o desejo resfriado
Pronto pra nascer novamente entre a lama
De areia movediça e a lava de um vulcão extinto
Sem saber que ele mesmo
É o prego e o dedo
Que reclama distraído
A felicidade sonhada que não enxerga
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
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