quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O sentido

Tateio a sorte com meus olhos
E os agüento chorosos.
Enquanto a sombra mina
A cidade de brinquedo
Em ruínas de templos e templários
Em demolição .
Já não quero mais o mesmo tédio.
Desejo o impossível do meu cérebro,
Transponho medos e traumas
Espalhados nos telhados.



Revejo a mesma dor composta em silêncio
Como a inventora dos meus segredos.
Caminho em silêncio a cidade deserta,
Como se meus pés devorassem a tristeza.
E se o vento flagelasse meu rosto surpreso.

Esbarro nas portas dos lupanares fechados
Resto de copos e corpos pelo chão,
Cálices vazios nos botecos,
Vidas vazias diante da televisão,
Sangue escorrendo nas palavras,
Gritos vermelhos nos ouvidos,
A violência crescendo entre a gente
e uma flor morrendo na minha mão...