A morte rondou a cidade
E levou mais um entre seus braços
Era jovem, muito recente
E tinha sonhos e desejos incontáveis
O carregou envolto de suas asas negras
Para o jardim do além
Onde estaremos um dia
Entre rios de lágrimas e desesperos
Da alma subtraída, dos netos não vindos
Da alegria sem perspectiva
O que resta de tudo aquilo?
Aquele pai com as mãos em prece
Sem explicação ele se foi
O que fazer do silêncio que ficou na casa?
Suas roupas, seus livros
Seus discos prediletos?
Teve pressa, não deixou o tempo do preparo
No seu pobre coração fez algo com seus dedos longos
E parou as engrangens frágeis desse inconstante motor
E devorou, junto com a noite, aquele pedaço de vida
O que dizer aos amigos?
Que lição se tira?
Que a vida é frágil mesmo?
Ou que temos que viver intensamente
Como se hoje fosse o fim dos tempos?
E naquela noite não houve estrela.
domingo, 11 de julho de 2010
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Um comentário:
As estrelas havia ficado do lado de dentro do céu, fazendo as honras da casa.
Belo poema, gosto de passear pela net é me emociono quando encontro aconchego nas palavras e me tocam fundo a essência.
Prazer, Fernanda!
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