sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Madrugadas


Tínhamos assuntos infindáveis

Noite a fora, copos de vinhos sobre as mesas

Ou apenas a friagem e o orvalho da noite
Somos irmãos de umbigo pelo universo

E de verso somos primos terceiros
Fora a distância, os pés cansados

Os bolsos sempre secando
e a saudade incansável,
Nossa amizade prevalece

As palavras reproduziam textos

Os textos sentimentos, atos e abraços

Com sabor de irmandade calorosa

Noite a fora íamos descontruindo a madrugada

Que torcíamos para que esta não se fosse

E agora como estamos?

Se o diálogo interrompido pela roda viva,

Pelos gametas, tradições de correntes e coleiras

Se processa, agora, apenas telepaticamente no infinito

Mas um dia quando a maturidade apontar

E nossas rugas escreverem a verdade aos nossos olhos

Veremos escritos no livro da eternidade

Que o que importa nesta vida

É o que menos se dá importância

Voltaremos, então, ao ciclo de transcendência mútua

Nutrida vorazmente pela reciprocidade de nosso verbo.

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