Tínhamos assuntos infindáveis
Noite a fora, copos de vinhos sobre as mesas
Ou apenas a friagem e o orvalho da noite
Somos irmãos de umbigo pelo universo
E de verso somos primos terceiros
Fora a distância, os pés cansados
Os bolsos sempre secando
e a saudade incansável,
Nossa amizade prevalece
As palavras reproduziam textos
Os textos sentimentos, atos e abraços
Com sabor de irmandade calorosa
Noite a fora íamos descontruindo a madrugada
Que torcíamos para que esta não se fosse
E agora como estamos?
Se o diálogo interrompido pela roda viva,
Pelos gametas, tradições de correntes e coleiras
Se processa, agora, apenas telepaticamente no infinito
Mas um dia quando a maturidade apontar
E nossas rugas escreverem a verdade aos nossos olhos
Veremos escritos no livro da eternidade
Que o que importa nesta vida
É o que menos se dá importância
Voltaremos, então, ao ciclo de transcendência mútua
Nutrida vorazmente pela reciprocidade de nosso verbo.
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